Se há algo que o marketing digital nos ensina todos os dias é que nada permanece igual por muito tempo. E foi enquanto eu escrevia sobre a transformação contínua do SEO usando dados do Google Search Console (GSC), que o Google lançou uma atualização que ilustra perfeitamente essa evolução.
A gigante de buscas revelou um recurso experimental no GSC que oferece aos proprietários de sites uma visão unificada do desempenho nas buscas, integrando dados do site e dos canais sociais. Sim, isso mesmo: redes sociais agora entram oficialmente no radar do SEO.

Se você trabalha com buscas, sabe que o GSC há muito transcendeu seu papel inicial. Ele não é mais só um painel de métricas técnicas, é uma janela para o comportamento do usuário, intenção de busca, demandas emergentes e oportunidades reais de negócio. E essa nova funcionalidade potencializa ainda mais essa centralidade.
Mas o que esses dados nos revelam de fato? Que o SEO não está morto. Muito pelo contrário, ele está em plena metamorfose, moldado por inteligência artificial, mudanças no comportamento do usuário e a convergência entre canais. E é isso que quero explorar aqui, com base em insights reais.
1. Marca e SEO
Já ouvimos incontáveis vezes que marca é importante para SEO. Mas o que poucos reconhecem é que a relação é simbiótica. Uma marca forte impulsiona seu SEO, e um SEO bem estruturado constrói sua marca.
No meu caso, a palavra-chave com mais cliques no GSC não é um termo técnico de SEO, mas sim meu próprio nome: “Lidiane Jannke”. Isso se deve, em parte, à minha presença no LinkedIn. Mas há mais: muitos chegam ao meu site por meio de conteúdo não-branded: artigos sobre IA, estratégias de otimização, dicas práticas e, ao conhecer meu trabalho, optam por me seguir.
Esse ciclo destrói um mito antigo do marketing digital: a ideia de que tráfego direto e buscas por marca não são influenciados pelo SEO. Hoje, sabemos que é justamente o contrário. O SEO não apenas responde à demanda existente: ele a cria. Ele transforma desconhecidos em seguidores, seguidores em leads e leads em fãs da sua marca.
2. EEAT importa muito
Você já ouviu falar em EEAT? (Experience, Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness, traduzindo: Experiência, Expertise, Autoridade e Confiabilidade). Pois saiba que esse conceito deixou de ser teórico para se tornar prática diária.
No meu site, por exemplo, a maior parte do conteúdo gira em torno de SEO técnico e inteligência artificial. Tenho pouquíssimos artigos sobre marketing de conteúdo. Mesmo assim, ao analisar as métricas de palavras-chave com mais impressões e cliques do GSC, percebi que tenho mais visibilidade para termos relacionados a conteúdo do que para termos de SEO.
Por quê? Porque palestrei em eventos on-line com foco em SEO técnico para conteúdo. Essa estratégia me posicionou, aos olhos do Google, como uma autoridade nesse pilar, e essa percepção continua influenciando meu ranqueamento mesmo sem eu publicar diariamente sobre o tema.
O recado é claro: hoje, SEO não é só sobre o que você escreve: é sobre quem o Google acredita que você é. Sua credibilidade, formação, histórico e até produtos complementares pesam tanto quanto (ou mais que) a frequência de publicação.
3. Prompts no GSC
Outra tendência marcante que aparece nos dados do GSC é o crescimento de buscas no estilo “prompt”. Aquelas frases longas, quase conversacionais, que refletem o modo como as pessoas pensam e formulam perguntas.
Vejo cada vez mais consultas como:
- “o que é e para que serve o arquivo robots.txt num site”
- “a importância de um especialista em seo para seu site”
- “como descobrir a posição do meu site no google”
Não são mais as palavras-chaves diretas como “curso seo tecnico”. São perguntas reais, com intenção clara e contexto explícito. E isso muda tudo.
Construir uma estratégia de conteúdo baseada apenas em palavras-chave está ficando obsoleto. As pessoas não pensam em keywords, pensam em problemas, soluções, interesses e curiosidades. Seu conteúdo precisa responder a essas perguntas de forma humana, útil e contextualizada.
SEO será menos sobre palavras e mais sobre conversas.
4. Parcerias estratégicas fazem diferença
Recentemente, observei um aumento súbito nas impressões do meu site. A primeira reação foi: “será que há algo quebrado no algoritmo?” Mas ao mergulhar nos dados do GSC descobri a origem: um salto significativo em termos relacionados a auditoria de SEO.

O motivo? Um vídeo no Youtube com uma parceira de SEO. O impacto não foi apenas durante a live, ele continua ecoando meses depois, gerando visibilidade orgânica e reforçando minha associação a profissionais respeitados no setor.
Isso prova que as parcerias certas geram valor muito além do investimento inicial. Elas amplificam sua autoridade, expandem seu alcance e criam laços de credibilidade que os algoritmos reconhecem.
Por isso tenho priorizado conexões com colegas e marcas alinhadas, não por visibilidade imediata mas por crescimento sustentável.
O SEO está mais complexo do que nunca
Vamos deixar bem claro: o SEO não está morto. Também não está em coma. Não, não foi substituído pela IA. E não vai morrer tão logo.
O que está acontecendo é uma evolução impulsionada por inteligência artificial, mudanças no comportamento do usuário e a integração cada vez maior entre canais digitais.
O SEO de hoje exige:
- Uma marca autêntica e reconhecível
- Autoridade real, não apenas conteúdo em massa
- Estratégias centradas em intenção humana, não em palavras isoladas
- E parcerias que amplifiquem seu alcance de forma orgânica
Se você ainda está otimizando apenas para palavras-chave e ignorando sinais de EEAT, prompts ou visibilidade cruzada entre canais é hora de repensar.
E, como diz o ditado, o sucesso é inevitável… para quem está disposto a evoluir com ele!

