No competitivo mundo digital de hoje, ter um site bem posicionado nos resultados de pesquisa é essencial para o sucesso do seu negócio. No entanto, alcançar e manter esse desempenho exige mais do que apenas criar conteúdo de qualidade, é necessário alinhar sua estratégia de SEO com objetivos claros e estruturados.
Desenvolver um funil de SEO técnico é o primeiro passo para qualquer auditoria eficaz. Através dele, você pode avaliar o desempenho atual do seu site, definir metas realistas e identificar áreas de melhoria.
Este guia prático apresentará um passo a passo para criar seu funil de SEO técnico e resolver problemas comuns relacionados ao rastreamento, indexação e classificação.
5 Passos para desenvolver seu funil de SEO
1. Todas as páginas
Todo site possui um número específico de páginas, independentemente do tipo ou tamanho. Esse conjunto total de páginas é o ponto de partida do funil. Aqui, o objetivo é mapear todas as URLs existentes no seu site.
2. Páginas rastreadas
Dentro do total de páginas, algumas precisam ser rastreadas pelos bots dos mecanismos de busca, enquanto outras devem permanecer inacessíveis.
Exemplos de páginas que geralmente não devem ser rastreadas incluem:
- Páginas de checkout
- Páginas de “Minha Conta”
- Outras seções sensíveis ou irrelevantes
Essas páginas podem ser bloqueadas usando o arquivo robots.txt
.
3. Páginas indexadas
Entre as páginas rastreadas, apenas uma parte deve ser indexada. Para aquelas que não precisam aparecer nos resultados de busca, utilize a tag de meta robots noindex
.
Exemplos incluem páginas de agradecimento após conversões e páginas de resultados de pesquisa interna.
4. Páginas canônicas classificadas
As páginas restantes serão classificadas como canônicas (únicas) ou não canônicas (duplicadas). As páginas duplicadas devem apontar para suas versões canônicas através da tag rel="canonical"
. Isso evita problemas de duplicidade de conteúdo e garante que o Google priorize as URLs corretas.
5. Otimização por níveis
Ao final do funil, você terá um grupo de páginas que precisam ser rastreadas, indexadas, classificadas e que são únicas. Essas páginas devem ser otimizadas em dois níveis:
- Por página individual : Realize ajustes específicos para maximizar o desempenho de cada URL.
- Por template de página : Aplique melhorias globais que impactam várias páginas.
6 Problemas técnicos de SEO em rastreamento, indexação e classificação (e suas soluções)
1. As páginas não deveriam estar rastreadas, mas estão sendo
Observe as estatísticas de rastreamento no Google Search Console (Configurações > Estatísticas de rastreamento).

Aqui, analise os seguintes dados:
- Quaisquer picos drásticos nas solicitações de rastreamento total
- Rastrear solicitações por finalidade
Se você observar uma grande porcentagem de detecção/descoberta enquanto seu site não é atualizado constantemente, isso pode significar que há algum problema com a geração de URL.
Solução:
Você precisa identificar os tipos de páginas que estão sendo rastreadas e removê-las (caso seja um problema de geração de URL) ou proibi-las no arquivo robots.txt.
2. As páginas são rastreadas, mas não são indexadas
Vá para o relatório de indexação de páginas no Google Search Console e verifique o alerta “Rastreada, mas não indexada no momento”.

Exporte as URLs deste relatório e utilize o Google Planilhas para dividi-los em categorias.
Seu objetivo é procurar padrões aqui. Alguns dos URLs que você verá nunca foram feitos para fins de indexação. Mas você também pode encontrar aqueles que deveriam ser indexados.
Solução:
Para aqueles URLs que precisam ser indexados, crie um plano de ação que inclua o envio dessas páginas para indexação, melhorando os links internos para que essas páginas tenham maior vinculação. Confira tamvém se essas páginas estão no seu sitemap XML.
3. As páginas não estão indexadas, mas deveriam estar
Este é muito semelhante ao ponto anterior. Portanto, você pode consultar o mesmo relatório “Rastreada, mas não indexada no momento”.
Além disso, você este problema pode estar vinculado ao alerta “Excluída pela tag “noindex””. Neste relatório, pode encontrar páginas importantes que são excluídas da indexação pela tag de meta robots.

Solução:
Se houver páginas que precisam estar no índice do Google, mas não estão porque têm a tag noindex, reúna suas recomendações para corrigir essa tag dessas páginas e solicite a indexação para elas depois do ajuste.
4. As páginas são indexadas, embora não devessem
Vá para Indexação de páginas > Páginas indexadas e veja o relatório lá:

Você também pode exportar a lista se achar mais fácil para analisar.
Neste problema, seu objetivo é identificar as páginas que estão sendo indexadas, mas que não deveriam. Podemos citar como exemplo URLs com parâmetros, URLs de resultados de pesquisa, etc.
Solução:
Depois de ver os tipos de páginas (ou URLs específicos) que não devem ser indexadas, altere as configurações da meta robots para não indexar essas páginas.
Dica: Não use o arquivo robots.txt para não indexar as páginas, pois proibir o rastreamento através do arquivo não remove as páginas do índice do Google.
5. As páginas não canônicas estão sendo classificadas
Freqüentemente, as páginas não canônicas terão parâmetros nas URLs. Você encontra esse problema em Desenpenho (utilize o filtro de página, adicionando a regra “URLs com ?”):

Dica: você também pode usar RegEx para explorar múltimos filtros.
Observe também que nem todas as URLs que você encontrará são “ruins”. Dependendo da situação, pode ser bom que elas sejam classificadas.
Outros dois alertas dentro do índice > páginas, também podem te auxiliar a encontrar possíveis páginas não canonicas classificadas:
- Cópia sem página canônica selecionada pelo usuário
- Página alternativa com tag canônica adequada
Solução:
Se você identificar essas páginas, é preciso analisar mais a fundo para entender o que foi configurado de forma errada:
- Como está o link canonical?
- Existem linkagens internas para essas URLs?
- Essas URLs estão no sitemap XML?
- Existem links externos para essas URLs?
6. As páginas canônicas não são classificadas
Este problema está muito relacionado com o ponto anterior. Portanto, ao fazer pesquisas lá, você também poderá encontrar URLs que se enquadram nesta categoria.
Observe as palavras-chave mais importantes do site e veja quantas URLs estão classificadas para esta palavra-chave:

Os números devem fazer sentido aqui. Várias URLs se tornam um problema se a URL errada exigir muitos cliques e canibalizar a URL principal que deveria ser classificado para aquela consulta.
Dica: Ignore as URLs com # aqui. Eles são mostrados como links de atalho nos resultados da pesquisa.
Solução:
Existem algumas ações que você pode fazer para ajudar a classificar as URLs canônicas nas consultas de pesquisa corretas:
- Certifique-se de que eles tenham link canonical autorreferenciados
- Certifique-se de que as páginas que as duplicam tenham o link canonical correto apontando para as páginas exclusivas que você deseja classificar
- Configure os links internos somente para as páginas canônicas
- O sitemap XML deve ter somente as páginas canônicas
- As páginas canônicas devem apresentar um conteúdo bem otimizado
- As páginas canônicas não apresentam problemas de JavaScript que possam impedir o Google de ver o conteúdo delas
Destaque da aluna do curso Dominando o SEO Técnico na Prática:
“Que curso incrível! Muito obrigada por tanta informação relevante e de forma objetiva. Hoje, já tenho muito mais confiança para fazer tarefas que, antes do curso, eram mais complicadas para entender. Consigo visualizar códigos e entendê-los e isso tem me deixado cada vez mais animada para me aprofundar no universo do SEO técnico.”
Karina Oliveira, Conteúdo Estratégico
Bônus: O impacto do Javascript na renderização
Em uma análise de rotina, pegue um tempo e verifique como está a renderização das páginas pilares do seu site. Com ferramentas e extensões gratuitas, é possível identificar quais elementos e seções o Google não está conseguindo chegar.
O objetivo dessa tarefa é entender se ele consegue ver o conteúdo principal das páginas, e não somente alguns elementos, o cabeçalho e/ou o rodapé.
Se estiver com javascript, fale com o seu desenvolvedor para resolver a renderização. A correção tende a aumentar o tráfego para essas páginas.
Ao analisar, garanta que as páginas passarão pelos seguintes questionamentos:
- O conteúdo em JavaScript não é crítico (ou seja, não é o conteúdo principal)
- O Google pode ver o conteúdo dentro do JavaScript e consegue renderizá-lo
- O JavaScript é usado somente quando necessário para manter o carregamento da página mais rápido
Analogia sobre os desafios do Google com JavaScript
Um conteúdo em JavaScript é como um cartão-presente.
Imagine um amigo lhe dando um vale-presente de aniversário. É ótimo porque você mesmo pode escolher seu presente afinal. Mas você precisa ir até a loja, encontrar o que gosta e comprar. Isso atrasa o presente real.
Ao fornecer arquivos JavaScript ao Googlebot, você está dando a ele um vale-presente, e o Googlebot precisa gastar tempo para “chegar à loja” e usá-lo.
Ele precisa seguir o link que leva ao recurso JavaScript, encontrar o conteúdo lá, processá-lo e vinculá-lo ao seu conteúdo principal, o que atrasa uma indexação completa da página.